Wednesday, August 08, 2007

Curta-metragem do ICVS

Ora, para ser um pouco original e destacar-me dos célebres e mui aclamados posts do Uruk, essa mais valia entre os da sua raça, venho aqui humildemente explanar um pequeno "movie" (americanismo para filme), também conhecido por curta-metragem. Pois cá vai...

Estava eu, no meu santificado período de labor no meu (e de quem quiser) laboratório no afamado ICVS, testando um protocolo de extracção de RNA por coluna. Um dos passos dessa extracção envolve a desgradável manipulação de um malfadado reagente conhecido por beta-mercaptoetanol. E malfadado porquê? Ora simples, porque este reagente emite uma bela fragância natural, um cheiro que se pode assemelhar ou equiparar a uma boa palete milhares de dúzias de ovos podres (... mas bem podres!!! vocês nem estão a ver!!).
Bem, no entanto, todo o procedimento correu bem sem grande alarido! Problema surgiu, 3 horas depois, quando um técnico de apoio aos laboratórios irrompeu no lab com uma encomenda. Como o habitual, recebemos a encomenda, assinámos a nota de recepção e o tipo lá se foi embora! Mas assim que saiu, tendo-se cruzado no corredor com uma colega minha, perguntou-lhe:

- Olha lá, porque é que no teu laboratório cheira a peidinho engarrafado?

Ao que ela prontamente responde:

- Ah, foi o Alberto!

- hmmm...- murmura o técnico, enquanto se vai embora.

Devo dizer que a minha popularidade aqui no ICVS está a subir vertiginosamente! Estranho o facto de agora, nunca me cruzar com ninguém nos corredores e cada vez que entron numa sala toda a gente sai! Estranho...

Saturday, August 04, 2007

Para a posteridade

Uma sublime graçola de situação, de elevadíssima categoria, farei o meu melhor para tentar transmitir:

O Boreas entra num WRCc (World Rally Championship car - obviamente falamos do bólide da Tzip), naturalmente senta-se no assento de trás, a Loira faz de co-piloto, e apesar de isto não me favorecer em nada, mas como quem não deve não teme, sento-me atrás da piloto. Porque não me favorece? Porque caso ainda não tenham reparado estava numa posição privilegiada para assistir a hilariante cena que se segue:
Depois de toda a gente sentada com os cintos de quatro patilhas apertados, a Tzip arranca às 3 mil rotações sem que os pneus chiem devido ao seu profissional grau de aderência.
Passados alguns segundo o Boreas (reparem que só já em andamento, onde a trepidação no chassis é um dado mais do que adquirido) apercebe-se de algo, de algo bom! Algo comprido, cilíndrico, e vejam só: duro!
Soam deliciosas musicas angelicais acompanhadas de forma divina pelos doces sons doados por violinos sagrados, enquanto uma luz virginalmente branca, de uma intensidade miraculosa, invade o compartimento do automóvel. O Boreas possuído (literalmente) por uma infinita felicidade, que toda a descrição da ultima frase tenta de forma incompleta descrever, sorveu-se de uma longa e generosa lufada de ar (o ar nunca foi tão doce meus amigos!), bebeu-o numa bestial golada como se do mais primoroso néctar dos deuses se trata-se! Completamente extasiado de felicidade deixou escapar sem se aperceber a seguinte pergunta:

"- Mas o que é isto!?" - pergunta dotada de notórias inflexões de um profundo transe de alegria extrema, originário de uma surpresa mais do que agradável.

Nisto, enquanto as suas mãos perscrutam avidamente a forma fálica, apercebe-se do que realmente se trata!

As vozes angelicais são bruscamente e animalescamente degoladas! Os violinos estilhaçam-se num profundo silêncio, repentinamente afogados num vácuo dilacerante! A luz divina extingue-se, restando apenas o estéril frio breu de um maldito abismo sem fundo! Um infinito deserto de negrume e de solidão invadiu-o abruptamente, tendo apenas como companhia a dor de uma infeliz coroa de espinhos!
Com a voz entrecortada pela mais triste e desesperante desilusão, profere um lamento como se de um moribundo sem honra, caído na mais profunda desgraça se trata-se:

"- Oh... É um guarda-chuva..."